sexta-feira, 4 de junho de 2010

EM MEIO AO JOGO SUJO, OS EUA BUSCAM LIMPAR O CAMINHO NA ÁSIA...


Por Marcos A. de Souza.
Não é de hoje que a geopolítica internacional é um jogo de cartas marcadas, onde as potencias imperialistas inventam as regras, fabricam pretextos, colocam e retiram cartas estratégicas que garantem a perpetuação de sua dominação e a destruição de seus potenciais inimigos.
Faz apenas alguns dias mais uma destas manobras veio a tona na beligerante Península coreana, onde supostamente um submarino norte-coreano teria torpedeado uma embarcação da marinha sul-coreana, matando 46 marinheiros, fato negado ostensivamente pela República Democrática da Coréia. 
O que ganharia a isolada e sancionada Coréia do Norte com um ato insano como este? Seria Kim Jong Il um louco megalomaníaco capaz de tamanha insensatez?
O fato é que alguém saiu vitorioso em meio a esta tensão provocada na península Coreana, e não foi nehuma das duas Coréias.
Wayne Madsen, um jornalista conceituado na arte de trazer a tona os obscuros planos engendrados pelos EUA, lançou recentemente uma teoria que elucida como o episódio do afundamento da corveta Cheonan ajudou aos interesses estadunidenses nesta porção da Ásia.
De acordo com Madsen, o episódio poderia muito bem ser um ataque de "bandeira falsa", quer dizer, premeditado por um terceiro país para parecer que fora a Coréia do Norte que encabeçara tal ato de hostilidade contra a Coréia do Sul.
O jornalista lembra que a corveta afundada não registrou em seu sonar ou qualquer outro moderno aparelho tecnológico dos quais dispunha nenhuma ameaça proveniente de  embarcações norte-coreanas, o que reforça a suspeita de que a armada estadunidense, estacionada a poucos quilômetros do local do incidente pode ter perpetrado a ação.
Ora, e porque isto interessaria aos EUA?
HATOYAMA: ELE ERA UMA AMEAÇA PARA OS INTERESSES HEGEMONICOS DOS EUA NA ÁSIA. COM A CRISE NA PENÍNSULA COREANA, SE VIU OBRIGADO A RENUNCIAR.
Primeiramente há que se atentar para o fato de que o primeiro ministro japonês Yukio Hatoyama estava disposto a pedir a saída dos militares ianques da base de Okinawa, ocupada pelos estadunidenses desde a II Guerra Mundial.
Aumentando as tensões na Península Coreana, uma crise institucional se abateu sobre o Japão, onde os parlamentares pressionaram Hatoyama, alegando que a permanência dos soldados ianques  manteriam a segurança do território nipônico, caso se deflagrasse uma série de conflitos na região, o que forçou o premiê a renunciar.
PROTESTO DE JAPONESES CONTRÁRIOS A BASE DE OKINAWA, OCUPADA PELOS EUA DESDE A II GUERRA.
O próprio Hatoyama teria declarado que o aumento das tensões na região funcionou como a gota d'agua para a sua renúncia. Permanecer no poder com tantas pressões para a manutenção dos soldados estadunidenses na Base de Okinawa, o impediria de governar sob a égide do parlamentarismo japonês. E voltar atrás na sua promessa de campanha o faria perder a popularidade entre os seus compatriotas...
Por outro lado, o episódio pode ter servido para mudar de estratégia com relação ao tratamento dispensado pela Comunidade Internacional à República Democrática da Coréia : cria-se um factóide, similar as armas de destruição em massa de Saddam Hussein, criando um pretexto para separar ainda mais as duas Coréias e instigar o aumento das tensões entre os dos países e o recrudescimento das sanções econômicas por parte da ONU, com respaldo do "mundo civilizado".
Em uma potencial Guerra entre as duas Coréias, os EUA seriam os únicos vitoriosos, consolidando  a sua hegemonia sobre toda a Ásia, custe o que custar... Que o diga Hatoyama...

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