sábado, 6 de novembro de 2010

NÃO AO BLOQUEIO...

Por Marcos A. de Souza
O silêncio foi total. Nem a décima parte das linhas destinadas a difamar Cuba  pelas supostas violações aos direitos humanos foram dedicadas a repercutir a contundente vitória cubana na Assembléia Geral da ONU.
Pela décima nona  vez consecutiva,  o bloqueio comercial, econômico e financeiro imposto pelos EUA a Cuba foi rechaçado.
Desta vez 187 países votaram a favor de Cuba, enquanto que somente dois apoiaram a continuidade do bloqueio: EUA e Israel.
Não obstante, três micropaíses submissos aos EUA, Ilhas Marshall, Micronésia e Palau, se abstiveram na votação da ONU.
Este foi o resultado mais positivo a favor de Cuba na ONU, já que a primeira vez que o tema foi votado na ONU em 1992, 59 países apoiaram a Cuba, três apoiaram o bloqueio, enquanto que outros 71 se abstiveram.
O bloqueio comercial, econômico e financeiro imposto pelos EUA a Cuba há cerca de cinco décadas já causou prejuízos ao país caribenho da ordem de US$ 751 bilhões de dólares, cifra bastante conservadora se for levado em conta a desvalorização do dólar frente ao ouro.
Esta política genocida teve origem dois anos depois do triunfo da Revolução Cubana, com o objetivo de provocar a fome e o desespero dos cubanos, de modo que houvesse sublevação interna ao governo revolucionário, senão vejamos as declarações do subsecretário assistente de Estado dos EUA daquela época:
"A maioria dos cubanos apoia Fidel Castro [...] Não existe uma oposição política efetiva [...] O único meio possível para fazer Fidel perder apoio interno é provocar uma decepção dos cubanos através da insatisfação econômica e da penúria.[...] Há que colocar em prática rapidamente todos os meios possiveis para enfraquecer a vida econômica [...] negando a Cuba dinheiro e dificultar a entrada de produtos, com a finalidade de diminuir o salário real, com o objetivo de provocar a fome, desespero e a derrubada do governo".
Não é a toa que recentemente Fidel Castro qualificou a ONU de "reduto imperial", uma vez que apesar de todas estas vitórias de Cuba, os EUA não são obrigados a acatá-la, retirando o bloqueio econômico, que tanto sofrimento causa ao povo cubano, o que evidencia uma enorme contradição, uma vez que se fosse um país pobre o condenado por uma resolução da ONU, não restam dúvidas de que a reação seria outra.
Toda esta impunidade faz com que a resolução apresentada por Cuba, intitulada "Necessidade de Colocar Fim ao Bloqueio Econômico, Comercial e Financeiro Imposto pelos EUA da América Contra Cuba" seja  o projeto mais discutido, mais aprovado e nunca cumprido na história das Nações Unidas.

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