quinta-feira, 6 de maio de 2010

O CAMINHO DA LIBERDADE


Por Marcos A. de Souza
Todos os dias, pequenas ações individuais e grandes feitos coletivos vão escrevendo a nossa história, produzida em cada fração de segundos por cidadãos anônimos e grandes personagens da contemporaneidade que atuam neste grande palco que é o planeta Terra.
Países declaram guerras a seus adversários políticos. Atentados terroristas fazem explodir a bomba da intolerância, da xenofobia e do ódio em várias latitudes do planeta.
Inventam-se inimagináveis recursos tecnológicos e poderosos medicamentos capazes de derrotar enfermidades terríveis que assombraram multidões por longas décadas, ou até mesmo séculos. As greves param as fábricas, e da unidade dos trabalhadores nasce a resistência à exploração.
Artistas, cientistas e esportistas se consagram nos palcos, nas telas, nas universidades, nos gramados e nas quadras.
A violência seqüestra nosso sossego e toma por refém nossas cidades, instaurando o império do medo na nossa sociedade, enquanto nos rincões mais obscuros deste planeta se atentam contra os direitos humanos.
E não podemos ficar alheios a estes acontecimentos...
Até porque nada mais parece ser exclusivo de porções espaciais distantes geograficamente da nossa realidade vivenciada cotidianamente.
Afinal, as crises financeiras provocadas pelos senhores de Wall Street são sentidas até pelos nossos bolsos, que esvaziam-se a cada flutuação no mercado de capitais.... A cada dia que passa temos de trabalhar cada vez mais para ganhar cada vez menos, num contexto em que contraditoriamente o desemprego aumenta.
Isto significa dizer que se a Bolsa de Valores sobe ou desce de acordo com as ações especulativas dos grandes capitalistas, isso influencia até o preço do pão que consumimos toda manhã. E more você em Nova York , Hong Kong ou em Guaraci...
E não se deve esquecer jamais que o dinheiro que sobra para encher as cuecas e as meias dos políticos que abastecem os Mensalões e Demsalões de Brasília, é o mesmo que falta no postinho de saúde do seu bairro ou mesmo para a merenda de sua escola... É fruto do imposto que se paga sob todos os produtos que se compra, e que faz encarecer do tênis que está no seu pé ao computador que você está utilizando para acessar este blog...
Além de tudo isso, a cada dia que passa, se degrada mais o meio ambiente numa proporção jamais vista na história da humanidade. Tudo isso para satisfazer as insaciáveis necessidades humanas pelo consumo...
E aqui incluo a minha, a sua, ou seja, a nossa necessidade, a de bilhões de seres humanos, as necessidades reais e sobretudo as supérfluas: Do agasalho necessário para suportar o frio, ao celular que vai ficando obsoleto pelas dezenas de novas funções que vão surgindo... E na mesma proporção, montanhas de lixo eletrônico vão sendo sedimentadas, inclusive por aquele  último aparelho que você trocou, simplesmente porque não possuía a função de descobrir seu tipo sanguíneo.
E não se trata de argumentar pura e simplismente - como se tratasse de outro planeta - que as geleiras do Kilimandjaro, ou as calotas polares do Ártico estão descongelando ou que os furacões no Caribe estão cada vez mais intensos...
Olhemos para as catástrofes do nosso dia a dia... Elas nada mais são que a multiplicação por mais de seis bilhões das nossas pequenas ações cotidianas.
E por fim, quem nunca questionou a subversão da ordem climática, que faz sentirmos calor quando deveríamos estar agasalhados, ou que surpreende com chuvas cada vez mais fortes? E não se trata daqueles lugares que parecem estar anos-luz da nossa realidade... Eu estou falando daquilo que você sentiu há poucos dias, aí mesmo na sua cidade!!!
Portanto é preciso compreender que os mais de seis bilhões que compartem esse planeta, uma minúscula porção do universo, são parte indissociável de todo um sistema interconectado e globalizado , onde sem eufemismos, há para cada ação individual ou coletiva, uma reação que interfere no cotidiano de cada pessoa... E elas acontecem no exato instante que escrevo estas linhas, ou naquele em que você lê este texto...
E o conjunto destas ações se transformam em informações...Viajam pelas ondas eletromagnéticas e pelos cabos de fibra óptica, muitos deles instalados nas profundezas dos oceanos, interconectando as mais remotas porções do espaço geográfico na velocidade permitida pelo meio técnico cientifico informacional.

Estão por toda parte, fracionadas, manipuladas, censuradas, envoltas no manto da ideologia, disponibilizadas assim para que as pessoas se vejam também assim : isoladas, alienadas, caladas, impotentes, dominadas pelo consumismo massificante, emburrecidas pelo hábito de espionar a própria alienação e cultuar a ignorância, estando assim alheias a essa interconectividade ...Como se as bombas que caíram no Iraque para abrir os caminhos para que os imperialistas se apossassem dos bilhões de barris de petróleo aí disponíveis, não pudessem cair em algum país tropical, abençoado por Deus com a Amazônia, com a abundância de recursos naturais que vai do Aquifero Guarani, passando pelos incontáveis minerais que brotam das profundezas do subsolo ao Pré-Sal...
É preciso exercitar mais que nunca os músculos da nossa consciência... Acessar todo tipo de informação possível e descobrir meios para decifrar a impossível... E ler, ler e reler... Não só as letras, mais as ações e as reações que se materializam no espaço geográfico.
Afinal, como dizia José Martí, poeta e herói da independência cubana, "a melhor maneira de ser livre, é ser culto"...
Comece então a ser livre através da incessante busca pela informação.
Mais não se contente com ela, porque muitas vezes enxergamos os fatos com os olhos dos outros...
Insista na contra-informação... Forme uma opinião e parta para a Batalha de Idéias, porque ela é a única chave capaz de abrir o cativeiro em que se encontra a humanidade...
Enquanto os povos permanecerem na ignorância e aceitarem inertes a opressão, não haverá nenhuma mudança verdadeiramente significativa na estrutura da nossa injusta sociedade.
Afinal, uma das maiores virtudes do status quo é alienar as pessoas para que elas não se sintam uma parte que forma o todo, mais fragmentos que dependem dos senhores que os açoitam para simplesmente, existir...
Está aí a fórmula para a perpetuação da bárbárie... Está aqui a fórmula para se trilhar o caminho da liberdade...

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