quarta-feira, 28 de julho de 2010

A INTERNACIONAL NEOLIBERAL

Por Marcos A. de Souza.
Há cerca de duas décadas a América Latina esteve sob comando de uma série de governos neoliberais que leiloaram o patrimônio nacional e abriram as fronteiras dos seus países as grandes corporações dos países capitalistas centrais com um discurso de que estas ações seriam a panacéia para todos os males do subdesenvolvimento.
O resultado não poderia ser distinto: aquilo que pregavam ser o remédio, foi na verdade o veneno que arruinou com um enfermo que agoniza desde que encravaram o punhal do colonialismo e do imperialismo, abrindo as veias da América Latina.
Como consequencia da caótica situação que se abateu após a onda neoliberal, um verdadeiro tsunami que avançou sobre estas terras, vários governos de esquerda emergiram numa clara resposta de que os ventos deveriam soprar em outra direção.
Assim, Chávez subiu ao poder na Venezuela e pela primeira vez na história da Bolívia, um indígena chegava ao poder depois de séculos de exploração da elite eurodescendente.  Lula no Brasil, fazia história, ao se tornar o primeiro operário a  comandar os destinos do maior país da América latina. Mais tarde, Correa chegava a presidencia no Equador, Tabare Vasquez e posteriormente "Pepe" Mujica no Uruguai  e Lugo no Paraguai. Na América Central, Daniel Ortega reassume o poder após quase vinte anos depois da Revolução Sandinista.
E tudo isso utilizando-se da democracia burguesa, sem revoltas armadas, revoluções ou golpes de estado patrocinado por interesses hegemonicos.
Assim, os projetos neoliberais de dominação continental foram derrotados, como a  ALCA.
Mais a elite entreguista não assistiu inerte a ascensão destes governos progressistas, e muito prontamente assumiu um caráter terrorista e sabotador dos projetos nacionalistas que objetivam instaurar uma ordem política, economica e social mais justa no subcontinente. Tampouco Washington se contentou em perder o controle total sobre o seu "quintal".
Antes, reforçou as bases estratégicas da representação do seu poderio, e desde os  baluartes de sustentação do imperialismo na América, como a Colômbia, engendrou as novas diretrizes para retornar ao poder na região.
Recentemente Uribe acusou Chávez de abrigar e patrocinar guerrilheiros das FARCS em território venezuelano. Enquanto isso no Brasil, José Serra acusava o governo Lula de ser conivente com o tráfico de drogas da Bolívia, e mais recentemente, através do seu porta-voz oficial, seu vice Índio da Costa, acusou o PT de ter ligações com as FARCs e o Comando Vermelho.
E como a esquerda afundou a ALCA, Serra quer vingança, ao pregar a inutilidade do MERCOSUL.
Enfim a direita neoliberal está orquestrando seus planos em perfeita sincronia entre os indignos representantes da burguesia latinoamericana, de tal modo que dá a impressão de que todo este discurso foi antes planejado, como uma estratégia unificada para retomar os territórios perdidos para uma esquerda que chegou ao poder pelas vias criadas pelos burgueses para se perpetuarem nele.
E não é pura impressão não. Se trata da Internacional Neoliberal, da qual Uribe, Serra, FHC e Cia são destacados delegados que engendram artimanhas para retomar o poder...

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