quarta-feira, 7 de julho de 2010

VESTES NOVAS PARA O VELHO FEITOR...

Por Marcos A. de Souza
Que a política no Brasil é imunda e fétida todo mundo já sabia. Seja qual partido ou candidato, as estratagemas engendradas no ambito das nossa democracia burguesa para se alcançar o poder são as mais selvagens possíveis.
Nem dentro dos partidos políticos há consensos... São representantes de interesses que se fundem ou que se engalfinham em disputas por frações do poder e sobretudo pelo controle da gestão sob determinadas porções territoriais... 
São os industriais, os banqueiros, os latifundiários e demais castas da nossa sociedade que verdadeiramente controlam o poder... E uma vez controlado, planejam as ações para garantir seus interesses e reprimem tudo aquilo que possa obstacularizá-los...
Ao conjunto destas ações e de todas estas selvagerias batizamos sutilmente e institucionalmente com o nome de Estado...
Ah, o Estado... Essa instituição gerada no ventre da burguesia com a missão de controlar as massas e manter  o status quo, ou em outras palavras garantir a acumulação capitalista, removendo todas as travas e obstáculos que se erguem contra a sua progenitora.
Ganhe Serra ou ganhe Dilma esta lógica se perpetuará, porque ambos são fiéis seguidores das regras do jogo... Só jogam com uniformes com cores diferentes...
O que está em disputa são os grupos que controlarão este filho da burguesia, para que ele aja segundo o seus interesses...
Mais isso parece não ser novidade para ninguém... Escravos e senhores, patrões e operários, negros e brancos,  todos parecem ser iguais dentro da nossa democracia burguesa... Dentre breve seremos convocados para sufragar democraticamente qual dos projetos burgueses controlará os destinos da nossa nação nos próximos anos... 
 Aí reside as algemas da neoescravidão... A crença de que somos livre e iguais...
Tolice a nossa quando exercitamos os músculos das nossas consciencias e constatarmos que esta pseudodemocracia é a porta do cativeiro  que estamos prontos a entrar...
Se antes os senhores capturavam os escravos na África, confinavam-os em senzalas e forçavam-os a trabalhar, os mecanismos de opressão e exploração se refinaram...
Da dominação física passamos a dominação psicológica.
Hoje não só continuamos escravos, mas começamos a fantasiar que somos livres... Sem correntes materiais que nos prendem, mas agora com as correntes da hipnose coletiva...
As senzalas estão aí, pululando nos morros, nas várzeas, desmoronando com as chuvas... Mais adiante está a Casa-grande, o castelo senhorial cercado com muros de concreto, com barreiras eletrificadas ...
E lá vem o novo feitor para vigiar, punir e controlar a massa dos trabalhadores... Podem vir fantasiados de salvadores da pátria, com seus sorrisos cintilantes,  mais em uma de suas mãos trazem bem escondidos o chicote, que não titubearão em utilizá-los caso os escravos resolvam desobedecer as ordens senhoriais...
Só os cegos não enxergam...

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