sábado, 14 de agosto de 2010

A MIDIA COMO ELA É...

Imagem: Conversa Afiada 
Por Marcos A. de Souza.
Definitivamente não existe neutralidade jornalística. Os meios de difusão de massas são canais de comunicação da elite que os sustentam financeiramente  para que continuem sendo os porta-vozes de seus interesses de classe perante a sociedade. Simples assim: sua missão não é apresentar outra verdade senão o discurso ideológico do status quo. 
Afinal, nenhum patrocinador de nenhuma forma de mídia continuaria desembolsando centenas de milhares de reais para financiar um projeto que poderia significar a sua própria destruição enquanto ator hegemônico na sociedade. 
Escondido sob o manto desta imparcialidade, fatos e  linha editorial do veículo de comunicação se mesclam aos interesses dos patrocinadores,  ganhando contornos de verdade absoluta em um país em que a maioria da população padece propositadamente de analfabetismo funcional.
E como nos alertaram Marx e Engels, que o Estado "[...] não é outra coisa senão a forma de organização que os burgueses dão a si mesmos por necessidade, para garantir reciprocamente sua propriedade e seus interesses, tanto externa quanto internamente”, a disputa pelo controle político deste Estado também passa pelas redações dos principais veículos de comunicação do país, que se convertem em verdadeiras trincheiras dos projetos políticos que os dão sustentação financeira.
No Brasil, exemplos não faltam quando da manipulação midiática se trata. Basta lembrar o escandalo Proconsult no Rio de Janeiro em 1982, quando as Organizações Globo, explicitamente contra Leonel Brizola, usaram e abusaram de sua "imparcialidade jornalística" para infringir uma derrota ao então candidato a governador do estado sede da emissora.
Alguns anos mais tarde, quando da primeira eleição livre para presidente da República após anos de tirania, veio a vergonhosa edição do debate promovido pela TV Globo, favorecendo explicitamente o candidato Collor em detrimento de Lula, conforme o próprio diretor de jornalismo da emissora daquela época reconhece.
E este histórico de manipulação jornalistica não é exclusivo das Organizações Globo, englobando ainda outras emissoras de TV, rádio, revistas de circulação nacional, jornais impressos, etc.
E o que há de novo em tudo isso? O fato é que nesta ultima semana a TV Globo divulgou uma nota em defesa da atuação do "casal nacional" na condução das entrevista dos candidatos a presidência da República no Jornal Nacional. Eis um trecho:
"Desde 2002, as entrevistas têm o mesmo tom, com todos os candidatos. Neste ano, não foi diferente. Basta comparar as entrevistas dos três candidatos, pergunta por pergunta, para perceber que tiverem o mesmo grau de dificuldade".
Se a partir de 2002 as entrevistas passaram a ter o "mesmo tom", antes eram explicitamente manipuladas? Será que foi por isso que Lula só venceu a eleição em 2002? 
Ora não é esse humilde blogueiro quem afirma  isso, mais é o que a própria nota divulgada pela TV Globo dá entender, conforme pode constatar qualquer cidadão alfabetizado.
Imparcialidade midiática ou um verdadeiro "dossiê" para reverter os resultados das últimas  pesquisas?
E a capa da última edição da Revista Época? Teremos na próxima edição um dossiê semelhante com o passado de Serra, que se acovardou diante da ditadura a qual chamou de "chá de senhoras"-  e fugiu para o conforto da tranquilidade e da comodidade, enquanto Dilma lutou e resistiu, colocando inclusive sua própria vida em risco para liberar o país do totalitarismo? 
Partindo do ponto de vista que eu e meus leitores acreditamos na imparcialidade das Organizações Globo tanto quanto em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa ou na simpática Fadinha dos Dentes, cabe questionar se os outros veículos de comunicação também resolveram tratar os candidatos no "mesmo tom".
Vem mais panfletagem política por aí. Quanto mais a eleição se aproximar maiores serão as chances de encontrar na banca da esquina um exemplar tão imparcial quanto os panfletos dos candidatos... Em pensar que o jogo sujo só está começando... 
Ah, e antes que apareçam clientes, este blogueiro não tem nenhuma vocação para cartomante. Só já viu este filme antes, e acredita que a história se repete como farsa, como bem alertou Marx.
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EXERCITANDO OS MÚSCULOS DA CONSCIENCIA...
Somente quem perdeu com o fim do regime militar ou mentes manipuladas pelos media mass tendem a associar resistência com banditismo. 
Se esta relação procedesse, o premio Nobel da Paz Nelson Mandela encabeçaria esta lista, pois pegou em armas contra o regime racista do apartheid tal  como Dilma o fez contra o regime militar brasileiro. Ambos foram presos e torturados... Mandela assumiu a presidencia da Àfrica do Sul, assim como Dilma está prestes a assumir a presidencia do Brasil, caso nenhum golpe de grande envergadura seja arquitetado com o auxílio da "imparcialidade midiática".
Se determinados veículos de comunicação do Brasil atuassem na Africa do Sul chamariam Mandela de terrorista,assim como a elite branca racista  qualificava o comandante do braço armado do CNA- Congresso Nacional Africano.  

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