sábado, 23 de janeiro de 2010

GEOPOLÍTICA DA BARBÁRIE




SOLDADOS DOS EUA NAS RUÍNAS DO PALÁCIO PRESIDENCIAL
Fonte da Imagem: http://www.telesurtv.net/
Por Marcos A. de Souza.

Nem mesmo as catástrofes naturais escapam dos estratagemas engendrados pelos guerreiros do Pentágono. Que o digam os haitianos, amaldiçoados pelo colonialismo, pelo imperialismo e pelo´histórico de intervenções com missões salvadoras, como esta em que 20 mil soldados estadunidenses desembarcaram em solo haitiano preparados para a luta com sabe se lá qual inimigo...
O caos que tomou conta do mais pobre país das Américas após a passagem do devastador terremoto não pode ser vencido pelos angelicais fuzileiros navais estadunidenses, que ao invés de asas vem com o fuzil em punho ameaçando criaturas famélicas que rogam por um pedaço de pão ... Tampouco os blindados que patrulham Porto Príncipe assegurarão que a Terra não volte a tremer...
Os helicópteros armados com seus mísseis atacarão que inimigo? Acaso lutarão contra as forças endógenas da Terra?


HAITI 2010...



...E REP. DOMINICANA, 1965: QUANTA SEMELHANÇA!!!
É ridículo acreditar nas boas intenções de Washington. Nem mesmo quando a tragédia ocorre em seu território os angelicais marines e seus comandantes agem com uma prontidão e uma determinação vistas no Haiti... Que o digam as vítimas de New Orleans atacadas vorazmente pelo Katrina e pela inércia dos habitantes da Casabranca.
As filas de haitianos com baldes em busca de um pouco d'agua,  escoltados por marines armados, lembram as invasões do passado, onde a geopolítica do intervencionismo semeava ditaduras no nosso sucontinente.
O espaço aéreo haitiano está sendo patrulhado pelos EUA... diretamente do Arizonas. Centenas de vôos com ajuda humanitária estão impedidos de pousar no aeroporto da capital.
O Haiti não tem somente um aeroporto. Os aviões de grande porte poderiam pousar na República Dominicana e de lá seguir a ajuda por terra ou em aviões menores, que poderiam pousar em pistas de terra incluve. Os traficantes de drogas da América do Sul rasgam pistas no meio da floresta em questão de horas. E inundam a Europa e os EUA com toneladas de cocaína, maconha e crack. Por que os militares estadunidenses não podem construir pistas provisórias na periferia da capital e outras partes do país?
Aviões de guerra são preparados para pousar em rodovias, em situações mínimas. Não é um problema de torre que dificulta o fluxo de aviões no Toussaint Loverture... Mas de quem controla o aeroporto como quem controla uma fazenda, impedindo ou liberando a entrada de quem bem entende.
Os haitianos são colocados frente ao mundo como famigerados que afloram os instintos animalescos mais primitivos. Jogam a própria sorte de mulheres, velhos e crianças frente a gangues armadas,  sacos de 60 Kg de arroz e incitam a violencia e as disputas, ao invés de distribuir de forma mais racional 60 pacotes de 1Kg...


Não passa de uma estratégia do caos. E quanto maior o caos, mais fácil de se justificar uma intervenção cada vez mais numerosa. Eram quatro mil, e agora já são vinte mil!!! Já há um soldado estadunidense para cada 100 habitantes de Porto Principe que sobreviveu ao terremoto. Uma proporção maior que as forças que invadiram o Iraque!!!
Mas o que os EUA poderiam ganhar intervindo em um país pobre e miserável como o Haiti?

Para os capitalistas mais ganaciosos qualquer tragédia emerge como uma oportunidade de expandir seus lucros. Agora começo a entender o “lado bom” desta tragédia a que se referiu o Cônsul Geral do Haiti no Brasil.
Esse terremoto destruiu Porto Príncipe, seus prédios, sua incipiente infra-estrutura, as casas, hospitais, etc...
Nenhuma nação poderá competir com os EUA na reconstrução: A estratégia é reforçar a presença, depois transformá-la em uma arma de negociação política e econômica e canalizar esforços para aumentar a influencia das empresas estadunidenses reconstruírem o Haiti.
Os US$ 100.000.000 doados pelos EUA são um investimento emergencial. Afinal, alguém terá de captar eos recursos doados pela ONU, pela União Européia, pelo Brasil, etc. E os empreiteiros de Washington terão trabalho extra a apenas algumas milhas do seu território.É esta a justificativa pela qual os EUA estão reduzindo a uma insignificancia a liderança do Brasil e de toda a força de paz da ONU. Que importancia terá a MINUSTAH se 20 mil soldados estadunidenses com toda a sua parafernália tecnológica e armamentista invadiu o Haiti?
Depois, a presença militar ianque no Haiti serve ainda como estratégia para impedir uma migração massiva de indesejáveis haitianos para a Terra Prometida dos EUA. E controlar as vias de entrada e saída é a melhor maneira de faze-lo em um país geograficamente localizado em uma ilha.
E toda ajuda externa não será suficiente... Entrarão em ação os organismos financeiros que tratarão de elaborar um Plano Marshall para o Haiti,  determinando o seu  subdesenvolvimento  pelos próximos 200 anos...
Até que nasça outro Toussaint Loverture, ou outro terremoto enterre ainda mais o país caribenho na vala do intervencionismo.
No final das contas a comunidade internacional verá que por mais poderoso que seja o arsenal estadunidense ele não poderá vencer a fome, a miséria e o subdesenvolvimento, mas sim amaldiçoar com as pragas do neocolonialismo este já empobrecido país caribenho... Como um verdadeiro Cavalo de Tróia!!!

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