ISSO É UMA VERGONHA!!!!!

Por Marcos A. Souza

A última edição do “Jornal da Band” de 2009 foi literalmente uma vergonha. Muito maior do que o peso que carrega o bordão do jornalista Borys Casoy...

Dessas que saem do obscurantismo do “off”, quando as câmeras estão desligadas e os diretores dão instruções para os papagaios da desinformação se mostrarem mais convincentes ou tomarem um pouco de ar puro depois de vomitarem tanta notícia fabricada, invadindo as casas dos telespectadores como um turbilhão desmascarador de mais um manipulador de consciências...

Como uma dessas fabulosas obras em que o acaso sabota os engendros mais obscuros da espécie humana, no momento em que a máscara por trás da qual se escondem os esbirros é retirada, o porta-voz das elites Borys Casoy, do alto de sua empáfia expressou o quão é partidário da expressão “ponha-se no seu devido lugar”.

No último dia do ano de 2009, dois garis desejavam felicidades para o próximo ano novo diante das câmeras da Rede Bandeirantes de Televisão. Quando o papagaio da desinformação Borys Casoy acreditava que estava “seguro” com as câmeras e os microfones desligados, pronto para vociferar os pensamentos elitistas que povoam sua consciência de porta-voz das classes dominantes, eis que em rede nacional o dono do bordão “Isso é uma vergonha” expressou:

“Que m****... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho...”.

O insólito é que não é a primeira vez que preconceitos dessa estirpe vem a tona para desmascarar os porta-vozes da ideologia que sustenta o status quo da sociedade. Vale lembrar que recentemente Willian Bonner qualificou o telespectador do Jornal Nacional como um “Homer Simpson”, um preguiçoso, um sujeito com baixo QI, incapaz de compreender certos assuntos, um verdadeiro idiota, certamente criado é claro pelo poder emburrecedor do padrão Globo de manipular as massas.

Mas, voltando ao Sr. do “Isso é uma vergonha”, o papagaio da informação fabricada só vem demonstrar a população brasileira que “do alto de suas vassouras” esses garis sintetizam o funcionamento de uma sociedade baseada na desigualdades, cimentada não somente pela ação exploradora das classes dominantes sobre os trabalhadores, mas também se trata de um engendro no plano ideológico, onde cada individuo deve se colocar no seu devido lugar, como no sistema de castas hinduísta.

Enfim, mais uma máscara caiu. E não é só a desse manipulador de consciências, mas sim de todo um sistema ideológico criado para garantir a dominação da elite fascistóide. Enquanto a “igualdade jurídica” e a “liberdade de mercado” se constituírem no mito justo do contrato social capitalista, não poderá haver verdadeiramente liberdade de imprensa.

Antes, há o monopólio classista sobre os meios de comunicação, que tratarão de controlar as massas sob o manto do engodo da imparcialidade para que estas não se rebelem aos seus dominadores. É absolutamente pertinente que os trabalhadores permaneçam cada um no "lugar que lhe cabe", e que permaneçam no sono tranquilo da alienação...

 No final das contas, em episódios como estes, a população terá a chance de ver como a noticia é fabricada, o que pensam da população trabalhadora estes papagaios manipuladores de consciências.

Não obstante, caro Boris, “o mais baixo na escala do trabalho” não é o trabalhador que ganha a vida dignamente... Baixeza maior é se vender ao capital e papaguear em rede nacional o que mandam os patrões da classe dominante, sendo verdadeiros fantoches do capital.

Enquanto os garis limpam as ruas das nossas cidades, sujeitos fascistóides como este espalham o lixo da arrogância, da soberba e do preconceito arraigado às elites brasileiras.  Isso sim que é uma vergonha...

Enfim, na primeira edição do “Jornal da Band” de 2010 veio um pedido de desculpas que se configurou em uma dessas cenas antológicas de mea culpa :

"Ontem, durante o intervalo do Jornal da Band, em um vazamento de áudio, eu disse uma frase infeliz, que ofendeu os garis. Por isso, quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do Jornal da Band”.

Imaginemos agora o que disse a sua equipe o pseudo-jornalista Borys Casoy quando as câmeras e os microfones dessa primeira edição de 2010 se apagaram, após este ter se sentido humilhado ao pedir desculpas em rede nacional àqueles os quais considerou como os mais baixos na escala do trabalho.

 Vamos ver se esse cidadão continuará papagueando suas lições de moral através de seu bordão "Isso é uma vergonha...". Pelo visto estamos diante de mais um caso de criatura que se volta contra o criador.

Afinal, isso é ou não é uma vergonha?